Na vida, tomamos caminhos diferentes por as mais variadas razões...
Mas sempre em busca de algo...
...Felicidade...
...Satisfação Pessoal...
...Poder...
...Sonho...
...Ganância...
...Amor...
Mas, o facto de o caminho de “alguém” não coincidir com o meu, não quer dizer que nos perdemos...
Cais sobre o meu corpo
E eu dispo-me de toda ansiedade
As tuas palavras
Convidam-me a sonhar contigo
Sob os sons do universo sob o brilho das estrelas.
O sorriso dos teus olhos o timbre da tua voz
É quase indecente, insustentável
Onde a forma é a transparência dos afectos
É mergulhar em magia
Clamar alegria brincar de poesia.
Espreguiçar-me num deserto que sabe a desejo
Sigo para lugar nenhum
Entre as minhas memórias
Procuro-me como louca
Expectante
Inquieta
Tento controlar os anseios
O desespero
Os conflitos
Sou eu e ele...
Ele, o meu convidado de honra
Que se mantém silencioso
Fazendo jus ao nome
A tristeza
Espreita envergonhada
O espelho na parede
Olha-me com desdém
Até a velha moldura
Sobre a secretaria
Encara-me com escárnio
Procuro-me nas memórias
Onde é que eu me perdi?
Onde é que me deixei?”
De onde vem
Esta sensação de ausência
Tudo é propício à felicidade
(I’ts something missing?…)
Do tempo que passou
Nem me dei conta...
A esperança sempre vem, de certeza?
Prometeu-me que viria...!
Salvos pela música...
Quem é que nunca teve uma incontrolável vontade de chorar?
Quem é que nunca sentiu um aperto no peito
Quem é que nunca lavou a face com lágrimas?
Quem nunca é que chorou por.... Tudo ou por nada?
Quem é que nunca se calou, querendo gritar?
Quem é que nunca gritou quando se devia calar?
Quem é que nunca engoliu seco, e perdeu a fala?
Quem é que nunca segurou uma lágrima, e sorriu sem graça?
Quem é que nunca sentiu uma sensação de angústia?
Quem é que nunca teve uma incontrolável vontade de chorar?
Quem....?
Sou o que sou
Sem mentiras nem farsas
Se tu me queres...
Tens que me aceite assim
O fato é que eu sou
Não me vou negar
Anjo e diabo.
Misturas dos dois.
Sou tudo aqui que fizeres de mim
Posso ser tudo ou posso ser nada.
Depende de ti...
Do que queres de mim...
Tenho saudades… Tenho saudades de sentir saudades !!!!
Escuto os silêncios
Conto as horas
O passar dos dias
Do tempo
As vezes fujo
Corro de mim
O mundo muda
Eu contínuo aqui
A tentar parar o tempo
Tantos momentos
Sonhos, planos, fantasia
Tantas promessas
Momentos vividos
Que o tempo levou
O mundo mudou
Os momentos adormeceram
As palavras calaram-se
Perderam-se os segredos
Que mude o destino...
Por um minuto que seja
Num jogo de faz de conta
Num prazer absoluto
Que seja por um minuto
De um jeito que só eu sei
De um jeito que só tu sabes
Então como é que achas que consegues distinguir
O paraíso do inferno
Céus azuis da dor
Consegues distinguir um campo verde
De um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Achas que consegue distinguir?
Nos teus olhos altamente perigosos
vigora ainda o mais rigoroso amor
a luz dos ombros pura e a sombra
duma angústia já purificada
Não tu não podias ficar presa comigo
à roda em que apodreço
apodrecemos
a esta pata ensanguentada que vacila
quase medita
e avança mugindo pelo túnel
de uma velha dor
Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver
Não podias ficar nesta casa comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino
policial
até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual
Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal
Mas tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda de náusea em que giramos
até à idiotia
esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser
Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
sem a moeda falsa do bem e do mal
Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti
Alexandre O'Neill |
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