...Saudades…
…saudades tuas…
…saudades minhas…
…saudades das letras…
…saudades das palavras…
…saudades dos momentos…
… já tenho saudades nossas…
…saudades do nosso mundo…
Há um silencio profundo
uma verdade subconsciente,
na inconsciência do desequilíbrio
a vida como um arame
onde a alma se equilibra
imperceptivelmente suspensa
desafiando o meu ser, a procurar ser
ameaça-me a todo o momento
com um mergulho franco
na realidade do teu aconchego.
A nossa intimidade a três ou quatro é constrangida.
Tenho medo no ângor e uma urtiga no pé.
Um dia é pouco ao pé de Margarida:
A ausência é menos sozinha,
A muita companhia dá bandos longe. Até
A vida
É
Se tua, já menos minha:
Se própria de meu, repartida,
Por muitos na atenção, nem tua é.
Só nossa solidão dual e penetrada
Evita o perigo do nada
A que, por condição, setas, as nossas pernas
Apontam na cavidade inexorável,
Fim de molécula qualquer.
Mas, entretanto, Margarida amável
Será flor, ou mulher?
Vitorino Nemésio
"Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga"
Há momentos assim, inexpressivos
momentos que não nos dizem nada
que falta a vontade, lazarentos
sem perjúrio ou insulto,
apenas momentos...
Quem não tem o espírito da sua idade,vive pela metade…
Os anos passam... as rugas a aparecer... cabelos brancos...
Mas, mudando de assunto para coisas mais importantes….
Viver é fantástico…
Estou nua caminho por uma rua cheia de gente, ninguém me nota nem reparo em ninguém .
Cruzo-me contigo, estou nua e dai...
Olho-te, não te conheço mas não sinto embaraço, mal me apercebo da minha nudez.
És um desconhecido, que importa..
Sorrio-te!
Dás-me a mão, seguimos em silêncio, sem destino
Esta noite és tu o meu caminho
Se escuto, só oiço o teu rumor, de mim nem sinal, estou e não estou.
Gosto do som do nosso silêncio.
Não estou no teu tempo e nem no teu espaço é espontâneo
Olhas para mim...perguntas-me quem sou, e o que faço aqui.
Deixo que os pensamentos tomem conta de meu ser, de olhos arregalados por não entender como isso foi acontecer...
Estou nua...
Só agora reparo...
Não te quero falar de mim, não me vou expor..mostrar a minha alma.
Falar de mim é ter a noção que estou nua.
Corro...quero sair dali, toda as pessoas a minha volta esperam.. olham...
Querem ver quem eu sou, uma alma nua
Corro como se o meu ser ganhasse asas, e conseguisse voar para qualquer lugar do universo...
Tu controlas toda mi verdad y todo lo que está de más
Tus ojos me llevan lentamente al sol
Y tu boca me habla del amor y el corazón
Tu piel tiene el color de un rojo atardecer
Y es por ti...
Que late mi corazón
Y es por ti...
Que brillan mis ojos hoy...
Não sou dona de nada
Vontades, desejos, sonhos que não comando
Sentimentos são tesouros a partilhar
Os nossos estão perdidos em palavras..
Amamo-nos nos sonhos mais proibidos
Numa eternidade decadente.
O que mais me dói é saber;
que eu e tu nunca seremos nós!
Não passamos de um sonho..
Um sonho proibido!
Na solidão da Noite solto memórias
apago as luzes e nas paredes o brilho da lua
O vento que sopra manso entra pela janela
e tocava o meu corpo,
Com um grande sorriso no rosto,
sento-me na velha cadeira e elas vão desfilando.
No silêncio da noite,
recordo-me de mim e de ti, da vida…
Generosa, nem sempre perfeita,
por vezes monótona, mas demasiado bela.
O presente de te ter por inteiro ..
amante, cúmplice, companheiro,
amigo de todas as horas..
Dividimos tantas emoções..
beijos, tantos abraços, tantos desejos..
Todas as noites que trocamos carinhos,
sentia o meu corpo vibrar a minha alma aquecida..
E hoje quando dou por mim …
penso como foi bom ter-te ao meu lado...
dividir emoções contigo partilhar momentos.
E no silêncio da noite,
percebo que penso em ti e o mundo ainda giro
o coração ainda bate, e o meu corpo…
ainda chama por ti!
Na solidão da Noite solto memórias ..
e todas elas me levam a ti.
. Voltaste
. Voltar
. Hoje
. Passos
. Caminhos
. Desejo