Algumas vezes
sou como fera
e meu rugido faz contraponto ao luar.
Outras vezes
sou tímida
e meus pensamentos adormecem comigo
acalentam-me como quero como gosto
tornando-me frágil
como um belo filho da puta,
morrendo de pena de mim!
Não sei como estou hoje.
Sei apenas que meu corpo se impacienta
e quer abrir a porta fechada noutro tempo.
Sei apenas
que ouço o canto e o grito lá fora
e isto excita-me, isso enche-me de alegria,
e algo se rompe por dentro.
Sei apenas que algo doido
algo que mal domino
algo que me assusta como o diabo
está louco para se mostrar!
Mas não creio em sorte ou azar!
É cómodo por a culpa dos fracassos no azar, de certa forma tira-nos a responsabilidade.
"Não correu bem porque nos faltou a sorte”
"Sorte é encontrarmos o que queremos mesmo antes de procurarmos."
“Dá-me um beijo”
Se me amas não me prendas
Beija-me…
Se me queres ter
“Dá-me um beijo”
Envolve-me nos teus braços de mansinho
Enlaça-me com fios de ternura
Toca-me com dedos de carinho.
Não quero ouro nem jóias
Quero um beijo
Mas, se me amas, não me dês ouro
“Dá-me um beijo”
Um beijo não mata a fome mas abre o apetite
Simples toque dos lábios
“Dá-me um beijo”
Hoje…
Porque hoje quero, e amanhã poderei não querer mais…
Ainda que eu falasse a línguagem dos homens,
se eu não tivesse amor eu nada seria.
Ainda que eu falasse a língua dos anjos,
e enxugasse as lágrimas dos que estão em prantos
Ainda que eu vestisse como veste as flores ,
nada seria se eu não tivesse amor
Ainda que eu gravasse o meu nome em todas as estrelas do universo,
e para o sobrenatural, pudesse abrir um portal de acesso.
Ainda que eu trovejasse como o trovão, fosse veloz como um albatroz,
somasse todos os dons espirituais e voltasse atrás no tempo e na história.
Ainda que eu tivesse todos os anéis de teologia, soubesse ciência e filosofia,
e se eu fosse o pai da sabedoria amamentasse a inteligência ,
e trocasse as fraldas do conhecimento,
dominasse o extremo saber e controlasse as forças do vento
Ainda que eu tivesse o controle da chuva e do sol,
e se eu fosse o senhor dos anéis ou da pedra filosofal.
Ainda que eu fosse um grande poeta,
e para todas as perguntas eu tivesse as respostas certas
Ainda que eu ressuscitasse todos os mortos de Hitler,
e com o dedo menor eu pudesse parar as balas.
Ainda que eu pudesse surfar nas ondas do um tsunami,
se eu fosse maior imperador do mundo, o maior guerreiro
Ainda que eu fosse nada, seria eu assumo.
Ainda que meu palco fosse a lua e eu dançasse nos anéis de Saturno
Ainda que do Orion fosse uma constelação só minha,
se eu não tivesse amor continuaria a ser apenas o pó.
Ainda que eu me vestisse como Salomão com os lírios do campo,
me canonizasse em vida como maior de todos os santos,
ainda que eu pudesse parar no ar como beija-flor...
Nada seria se eu não tivesse amor
Ainda que eu se eu fosse o protagonista e todos fossem figurantes
Ainda que eu fosse maior do que a todos os eruditos,
e no inicio do evangelho eu tivesse andado com Cristo
Ainda que eu pudesse abrir o mar como Moisés,
e tivesse mais fé do que a todos os fiéis
Ainda que eu tivesse o poder para transportar montes e remover montanhas
Sem amor eu nada seria
Ainda que pudesse operar milagres e maravilhas,
e tivesse o dom de curar, ainda que eu pudesse revelar todo o mistério
Ainda que eu pudesse deter a chacina e somente com o poder da minha mente,
eu pudesse desarmar a bomba de Hiroshima
Ainda que eu pudesse medir o planeta terra com a palma da minha mão,
e se eu sondasse as profundezas e mistérios do seu coração
Ainda que eu fosse capaz de trazer a paz para todo o mundo,
e num estalar de dedo eu acabasse com a fome e com a sede em fracção de segundos.
Ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e fragilizados
Ainda que eu pudesse entregar meu próprio corpo para ser queimado
Ainda que eu pudesse prever os acontecimentos que estão por vir.
Nada seria se eu não tivesse amor.
Não tenho nada para dizer...
Mas, permito-me a este sentimento de quietude que encontro nas palavras
Gosto de o reconhecer, ter a noção que nunca deixou de existir,
apenas fica perdido em mim...
São doces como o mel, feitas de desejos, de todas as cores, com vários sabores,
cobertas de amores, em bocas caladas, seladas de beijos, assim são as palavras
Com gosto de fel, pequenas mentiras, inquietas verdades,
perdidas nas sombras dúbias das palavras
Pequenas, quietas, escritas agora, saídas de mim, achadas por ti
Gosto das palavras, do poder da mudança, quando muda o receptor.
Nada é igual, para mim e para ti...
No rasto do tempo restam as palavras…
Nada é eterno a não ser o conceito, mas mesmo esse muda de acordo com os
valores que vamos consolidando.
Viver é aceitar cada minuto como um milagre que não poderá ser repetido
Nunca é tão fácil perdermo-nos como quando” julgamos” conhecer o caminho
As palavras, fazem parte de nós, ditas ou escritas…
São parte do que fomos ou daquilo que somos.
De… com, palavras fazemos vida,
Secamos lágrimas, trilhamos caminhos,
Damos esperança, alento, ternura.
Com palavras ferimos, magoamos,
Erramos, enganamos, mentimos…
De palavras fazemos caminhos,
À mercê das correntes...
Certos, errados…
A palavra é o direito de escolha...
As minhas palavras, sou eu…
Esta sou eu...
E estas as minhas palavras...
Parte daquilo que fui, parte daquilo que sou...
Necessariamente parte do que serei...
Hoje, és as paginas do meu livro
procuro-te em cada linha
encontro-te em cada letra
saboreio-te em cada palavra
Pensamentos soltos aqui e ali…
inocência e saudades...
alguma mistura dos sentimentos
ausências , perdas, distâncias….
melancolia, nostalgia ou lembranças
saudades dos gestos que não fizemos
do carinho que não demos…
das palavras que não dissemos …
dos abraços que nunca pedimos …
do beijo que não roubamos
dos sorrisos que não trocamos
dos silêncios que nunca partilhamos
do eco das conversas que nunca tivemos
das linhas que nunca escrevemos
das cores que nunca pintamos…
da inocência de ser…
Alguns dizem que o amor é um rio,
que se afoga na relva macia.
Alguns dizem que o amor é uma navalha,
que deixa a alma sangrando.
Alguns dizem que o amor é uma fome,
uma necessidade interminável de dor.
Eu digo que o amor é uma flor,
e tu és somente uma semente.
É o coração, com medo de quebrar,
que nunca, aprende a dançar.
É o sonho, com medo de acordar,
que nunca, aproveita a chance.
É o único, que não pode ser agarrado
que não pode ou se quer dar
E a alma, com medo de morrer,
que nunca, aprende a viver.
Quando a noite, for muito solitária,
e o caminho for muito longo.
E tu acha que o amor é somente,
para os sortudos e os fortes.
Lembra-te apenas do inverno,
de baixo da neve fria
Está a semente, que com o amor do sol,
na primavera se tornam rosas.
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