As vezes, ao fim da tarde, perco-me por ai…
o meu pensamento voa livre… voar é um privilégio das almas…
quem serei eu afinal?
coisa estranha, começo a olhar para mim, os meus olhos,
percorrem-me numa procura e de repente encontram os “meus”...
passado, presente e futuro… ela, eu… fala-me de momentos
conta-me dos meus sonhos... das minhas fantasias.
as minhas manhãs alegres, dos dias mais tristes
relembra-mos as nossas saudades...
dos olhos com lágrimas à partida, da felicidade que me trás um sorriso..
relembra-me os meus (nossos) medos anseios, certezas e dúvidas...
das pedras no nosso caminho….
dos encontros e desencontros, que acontecem em todas as vidas.
e eu perguntava.... por “mim” …sobre “ti”.. a mim..
nunca os meus olhos me viram assim….
real, menina, mulher, meiguice e tolice, alegre e triste, mas…
constato que todas às vezes foram assim, a menina nunca me deixou...
e entro em devaneios de palavras, quantas vezes tento escrever palavras
quantas palavras imagino… palavras que nem precisariam ser ditas,
apenas pensadas… sem escrever mais nada..
assino apenas o papel, registando um momento de sonho
onde estive, adormecida, na liberdade das asas do sonho..
na vertigem do voo... na brisa... o rumo, no tempo...
pelo infinito, onde ficam os sonhos, salpicados com o brilho da esperança
sem presa de chegar…
nesse momento, ouço o meu nome… (alguém me chama)
poiso a caneta…
sorrio, e volto à realidade.
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